O Julho Amarelo é uma campanha nacional de conscientização e combate às hepatites virais. Segundo o Instituto Brasileiro de Estudos do Fígado (IBRAFIG), mais de 1 milhão de brasileiros convivem com essas infecções silenciosas, muitas vezes sem saber.
Atualmente, as hepatites B e C respondem por cerca de 74% das notificações do Brasil. Segundo o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais 2020, somente a hepatite C foi responsável por 76% das mortes por hepatites virais entre 2000 e 2018.
Mesmo com tratamentos eficazes disponíveis, a falta de diagnóstico precoce ainda é um desafio, contribuindo para complicações como cirrose e câncer hepático. Globalmente, mais de um milhão de pessoas morrem por ano em decorrência das hepatites virais, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
A escolha do mês de julho ocorre por conta do Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais é celebrado no dia 28 de julho, data instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Já a cor amarela foi escolhida por representar um dos sinais mais visíveis desse tipo de doença, a icterícia. Essa característica consiste pelo amarelamento dos olhos e pele.
Isso acontece por conta do acúmulo de bilirrubina no sangue. Ela é um pigmento amarelo que acaba sendo produzido por conta do processo natural de degradação dos glóbulos vermelhos. Normalmente, ela é processada pelo fígado, em seguida eliminada na bile.
Quando esse processo é interrompido ou fica sobrecarregado, esse pigmento acaba se acumulando no sangue e gera a icterícia. Isso pode ocorrer por diversos fatores, dentre eles o aumento da destruição dos glóbulos vermelhos, problemas no fígado (como hepatites) e obstrução das vias biliares.
Existem diferentes tipos de hepatites virais, e entender suas formas de transmissão é fundamental para o combate.
A hepatite A é causada pelo vírus HAV e é conhecida como “hepatite infecciosa”. Sua principal forma de transmissão é via fecal-oral, geralmente associada à ingestão de água ou alimentos contaminados, ou a condições precárias de saneamento e higiene.
Entre os sintomas estão: febre, dores musculares, constipação, urina escura, icterícia e mal-estar. A hepatite A tende a se resolver espontaneamente, mas requer acompanhamento médico e cuidados com a alimentação e hidratação.
É considerada uma doença crônica de grande relevância no Brasil. Causada pelo vírus HBV, ela é amplamente chamada de “doença silenciosa”, pois não apresenta sintomas nas fazer iniciais, o que acaba dificultando o diagnóstico.
Esse tipo pode ser transmitido tanto sexualmente, como pelo contato com sangue contaminado, viaparenteral, percutânea e vertical. A hepatite B também pode ser transmitida de mãe para filho, durante a gestação ou parto, nesse caso é chamada de transmissão vertical.
O tratamento pode ter abordagem aguda ou crônica, dependendo da duração da infecção. Apesar de ela não ter cura, o tratamento auxiliar a reduzir o risco de infecções
Causada pelo vírus HCV, também é considerada uma doença silenciosa. O processo inflamatório é persistente no fígado, o que acaba tornando a forma crônica mais comum.
Segundo dados da OMS, aproximadamente 70% dos casos agudos se tornam crônicos. Além disso, o risco de desenvolvimento de cirrose varia entre 15% e 30%.
Assim como outras hepatites, a principal forma de transmissão é por meio do contato com sangue contaminado. Além disso, a transmissão de mãe para filho na gestação ou parto, bem como em relações sexuais, apesar de serem menos comuns, também podem ocorrer.
Em cerca de 80% dos casos, os pacientes com hepatite C não apresentam sintomas, o que, por consequência, dificulta o diagnóstico. Por outro lado, a parcela sintomática pode manifestar sinais como diarreia, náusea, febre, urina escura, icterícia e fadiga.
O tratamento é feito com os chamados antivirais de ação direta (DAA). Eles apresentam taxa de cura de mais de 95%, garantindo mais qualidade de vida e bem-estar.
Causada pelo vírus HDV, essa doença tem como grande diferença das demais a dependência do vírus HBV (hepatite B) para infectar um indivíduo. No caso dela, a infecção pode ocorrer ou de maneira simultânea com a HBV ou como coinfecção.
Assim como outras formas da doença, pode ser transmitida por meio de relações sexuais desprotegidas; de mãe para filho durante a gestão ou parto; compartilhamento de material para uso de drogas; procedimentos cirúrgicos e odontológicos que não atendam procedimentos de biossegurança.
Importante ressaltar que a Hepatite D também não tem cura, mas o tratamento é fundamental para controlar os danos causados pela doença. Por conta da alta associação ao surgimento de cirrose, os pacientes que tratam dessa infecção também são orientados a não consumirem bebidas alcoólicas.
Essa infecção é causada pelo vírus HEV, e geralmente, possui uma curta duração e ocorre de maneira autolimitada. De modo geral é benigna, mas em alguns casos pode se tornar fulminante para o paciente.
Pessoas contraem o vírus principalmente por meio da via fecal-oral, ao consumir água contaminada. Também se infectam ao ingerir carne mal cozida ou produtos de animais infectados, além de casos em que ocorre a transmissão vertical, de mãe para filho.
Assim como a hepatite A e E, não há um protocolo único de tratamento. Por conta disso é fundamental que o médico prescreva uma abordagem medicamentosa específica para o paciente, evitando a piora do quadro por conta da sobrecarga do fígado.
O diagnóstico molecular é uma das principais ferramentas no combate às hepatites. Ele permite uma análise aprofundada dos vírus e da resposta terapêutica, oferecendo dados valiosos para protocolos personalizados e mais eficientes.
A Mobius conta com dois painéis moleculares da linha ABL que contribuem diretamente para o diagnóstico, monitoramento e tratamento das hepatites B e C:
Painel HCV – Linha ABL
A HCV é ideal para pesquisa de genotipagem completa, uma vez que permite a identificação de resistência e monitoramento terapêutico. Com apresentação de 24, 48 e 96 testes, permite avaliar as mutações em NS5B, 5UTR, NS5A, NS5A GT2 e NS3.
Além disso, também possibilita a avaliação da resposta dos principais medicamentos utilizados no tratamento da doença, de forma que o protocolo seja personalizado.
Painel HBV – Linha ABL
O painel HBV é focado na genotipagem da região RT do vírus da hepatite B, sendo essencial para garantir o controle terapêutico e definir estratégias clínicas mais eficazes.
Além disso, ambos os painéis contam com workflow automatizado e um software de bioinformática que gera relatórios completos e altamente confiáveis. Por isso, são soluções ideais tanto para aplicações em pesquisa quanto para ações de vigilância epidemiológica.
Com os painéis moleculares da Mobius, profissionais da saúde podem transformar o cuidado com as hepatites virais, promovendo diagnósticos mais rápidos, terapias direcionadas e fornecendo dados de qualidade para subsidiar pesquisas e políticas públicas mais efetivas.
Referências