A Leucemia Mieloide Crônica (LMC) é um tipo de câncer hematológico que afeta a medula óssea e o sangue, caracterizado pela produção excessiva e descontrolada de células da série mieloide. Representa cerca de 15% dos casos de leucemia em adultos e, embora seja considerada uma doença rara, ganhou relevância pela transformação trazida pelos avanços terapêuticos, que hoje permitem que muitos pacientes vivam com qualidade de vida.
Neste artigo, você vai entender o que é a LMC, seus sintomas, causas, formas de diagnóstico, tratamentos disponíveis, além da importância da doação de medula óssea e do trabalho de organizações como a ABRALE e o REDOME.
A Leucemia Mieloide Crônica é uma neoplasia mieloproliferativa causada por uma alteração genética adquirida nas células-tronco hematopoiéticas. Essa alteração resulta na translocação cromossômica t(9;22), que origina o cromossomo Philadelphia.
Esse cromossomo anômalo leva à formação do gene de fusão BCR-ABL1, responsável por uma proteína com atividade de tirosina-quinase desregulada. Essa proteína faz com que as células da medula óssea se multipliquem de forma acelerada e sem controle, acumulando leucócitos anormais no sangue periférico.
A LMC pode evoluir em três fases:
Nos estágios iniciais, a LMC pode ser assintomática e descoberta em exames de rotina. Quando presentes, os sintomas incluem:
Esses sinais são inespecíficos, por isso o diagnóstico precoce e laboratorial é fundamental.
A causa está ligada à alteração genética adquirida do cromossomo Philadelphia, que não é hereditária.
Os fatores de risco incluem:
A LMC é considerada uma doença rara, com 1 a 2 casos a cada 100 mil habitantes por ano. No Brasil, estima-se que a maior parte dos diagnósticos aconteça em pacientes adultos a partir da meia-idade.
O diagnóstico envolve uma combinação de exames clínicos, laboratoriais e moleculares:
Esses exames permitem confirmar o diagnóstico, classificar a fase da doença e monitorar a resposta ao tratamento.
O tratamento da LMC revolucionou-se com o desenvolvimento das terapias-alvo.
Os ITKs são o tratamento de primeira linha, bloqueando a ação da proteína BCR-ABL1 e controlando a proliferação celular. Exemplos: imatinibe, dasatinibe, nilotinibe e bosutinibe.
Indicado em pacientes que não respondem aos ITKs, é a única forma potencialmente curativa, embora envolva riscos e critérios específicos.
O acompanhamento regular com exames moleculares é essencial para avaliar a resposta ao tratamento e ajustar condutas terapêuticas.
A Mobius disponibiliza ao mercado o Kit XGEN BCR-ABL, uma ferramenta inovadora para o diagnóstico e o monitoramento da Leucemia Mieloide Crônica (LMC) e da Leucemia Linfoide Aguda (LLA).
Com base na tecnologia de PCR em Tempo Real, o kit permite a detecção e quantificação dos transcritos BCR/ABL p190 (LLA) e p210 (LMC), com alta sensibilidade e rapidez.
Com essa solução, a Mobius reforça seu compromisso em oferecer tecnologias avançadas para o diagnóstico molecular, apoiando médicos e pacientes no acompanhamento da resposta terapêutica.
A Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (ABRALE) é referência no Brasil no apoio a pacientes hematológicos. Entre suas frentes de atuação estão:
Embora os ITKs tenham transformado o tratamento, há casos em que o transplante de medula óssea é necessário.
O Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME), administrado pelo INCA, é o terceiro maior banco do mundo, reunindo milhões de voluntários cadastrados.
Se for identificado como compatível, o voluntário é chamado para realizar a doação, que pode salvar a vida de um paciente.
A Leucemia Mieloide Crônica é um exemplo de como a ciência transformou uma doença grave em uma condição controlável. O diagnóstico precoce, o uso dos inibidores de tirosina-quinase, o monitoramento com exames moleculares e o suporte de instituições como a ABRALE são fundamentais para o cuidado integral.
Ao mesmo tempo, a doação de medula óssea segue como um ato de solidariedade capaz de salvar vidas.
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